"Alecrim, alecrim dourado que nasceu no campo sem ser semeado... Foi meu amor que me disse assim que a flor do campo é o alecrim" - Cantigas de Roda
O sonso. Eu tinha quatro anos de idade, uma cadeira de quatro quilos caio na minha cabeça. Pronto, falei a unica coisa que poderia justificar algumas coisas que faço. Eu sempre fui uma criança muito levada, eu sempre estava por cima de tudo, e de todos, isso era ruim, fazia com que a mãe dos meus coleguinhas pensassem que eu era uma má companhia, e eu realmente era uma má companhia, cansei de ouvir dos meu coleguinhas: "Minha mãe disse que não era para eu brincar mais com voce, e ainda disse que: "Piriquito comi milho, e Papaguaio leva a fama." nesse caso eu era o periquito e eles os papaguaios, era o que eu mais gostava nisso. É, foi sempre assim, eu nunca aceitei esse negocio de: "é errando que se aprende." Eu preferia aprender vendo os outros errar. Eu sempre fui o lado "negro" da floresta... Quando eu brincava de casinha com minhas amigas, (eu sempre tive mais amigas, do que amigos, eu preferia acreditar que os garotos tinham inveja de mim.) mas bem, eu sempre era o pai que saia para trabalhar e voltava trez meses depois com outra esposa e com uma mala de dinheiro que eu tinha achado no onibus quando estava voltando para casa. É eu sempre ficara rico de uma hora para outra. Essa parte de "uma hora para outra" não era tipo roubar, ou assaltar um banco, mas era tipo achar uma mala de dinheiro ou derrepente aparecer 1000,00 de reais na minha conta bancaria. Eu sempre, desde pequeno, queis ser muito rico, eu sempre sonhei com o dia que eu entraria numa loja de roupas e comprarias roupas que eu nunca iria usar, com o dia que eu compraria um avião para ir ao super mercado, com o dia que eu pisaria no tapete vermelho da fama... Na escola, no pré, minha vida, minha infancia foi marcada por musicas, ou melhor dizendo, cantigas, como aquela que abrio o poster. Sempre alegre, sempre sorridente, eu sempre tinha algo para contar sobre minha famila, e o pior que meus amigos gostavam do que eu falava. Como toda criança, eu já me apaixonei pela professora, eu já colei chiclete no banco da igreja mesmo quando o pastor dizia que Deus ia gastigar quem fizesse isso, eu já quebrei o jarro preferido da minha mãe (quando eu disse jarro, eu exagerei, minha mãe nunca foi de ter jarros, minha mãe nunca foi de ter nada que lembrasse o estado domestico dela.). Eu sempre tive um amigo que topasse todos os meus platos, e sempre levava a culpa. Eu nunca levei a culpa de nada, eu sempre tinha uma boa desculpa e um litro de lagrimas no olho esquerdo, pronto para inundar o coração de qualquer pessoa. Eu sempre fui um genio na arte de convencer as pessoas, eu sempre fui o melhor, o queridinho, o malvadinho, isso fazia com que alguns garotos sentissem raiva de mim. Eu era o maximo.Se eu não tinha a amizade das pessoas que eu queria, eu oferecia balas para elas, e dentro de duas horas, nós firavamos amigos de infancia, eu sempre fazia questão de ter a amizade de todos na escola, (muitos amigos, muitos protetores) mesmo sabendo que aquela farça toda, só duraria um ano, e que aqueles garotos chatos e invejosos só estaria alí, por mais um ano. não posso esquecer de um garoto chato em especial, o unico garoto que conseguio me deixar uma marca até hoje, ele foi o unico cara que me deu uma rasteira e quebreu meu dente da frente, foi meu fim, todo aquele ar de sonso e ingenuo foi embora, agora, eu era engraçado demais, com aquela janelinha fixa no meu rosto, qualquer palavra que eu disesse era motivo de muitos risos. Eu era o mesmo, agora, mais engraçado.